quarta-feira, 12 de março de 2008

Título para quê?!

Passas por mim deixando o teu odor, suave, fresco como uma noite de verão em que uma leve brisa faz chegar a maresia ao meu sentido olfactivo. O teu olhar expressivo diz-me mais do que mil palavras, penetra-me por breves instantes, percorre-me a alma e ilumina-me a percepção. Sigo-te como que enfeitiçado, sentindo o rubor na minha face, originado pelo sangue que começa a circular mais rapidamente e aquece o meu corpo, enche-me de energia! Abres a porta e desapareces, deixando-a encostada. Entro atrás de ti e sou subitamente arrebatado contra a porta que se fecha com um estrondo, os teus lábios beijam os meus sôfregamente, envolvo-te num abraço, forte, quero sentir-te junto a mim, o teu calor juntamente com o meu, o correr do teu coração, a tua respiração ofegante... Tiras a minha camisola num gesto brusco, impaciente. percorres o meu peito, o pescoço, as costas, com as tuas mãos levemente arranhando a minha pele arrepiada com os beijos que vais dando em locais estratégicos, que conheces bem. Ponho as minhas mãos em volta da tua cintura e arremesso-te contra a parede, num gesto de violência sedutoramente súbtil, percorrendo a tua pele por debaixo do top sinto-a arrepiar-se enquanto te contorces ao ritmo dos meus beijos no teu pescoço, na tua orelha. Dispo-te o top e beijo-te o peito, soltas um breve gemido e entrelaças as tuas pernas à minha volta, apertando-me fortemente enquanto te contorces respirando ofegantemente junto ao meu ouvido. dás um impulso na parede e atiras-nos para o sofá, desenlaças as tuas pernas e despes-me as calças. Inicias uma viagem descendente, beijando e acariciando-me com os teus lábios até chegares junto do meu sexo, altura em que te puxo para mim e beijo apaixonadamente. Desaperto-te as calças, reviro-te para debaixo de mim e começo a retira-las ao mesmo tempo que percorro as tuas coxas, lindas, suaves, com os meus lábios. Cedendo ao desejo, como um fruto cede ao passar do tempo, ponho as tuas pernas novamente em torno de mim, sentindo-as entrelaçarem-se como um hera se entrelaça numa árvore e perscruto o teu interior recheado de sensualidade feminina, pulsando sensualidade e desejo, afagando o meu órgão masculino no auge da sua virilidade.

quinta-feira, 6 de março de 2008

"Síndrome de David"

Há dias em que me sinto um "David", resignando-me à minha pequenês perante a forte e impunente estatura de outros. Mas ao contrário de "David", a minha determinação dilui-se tal como as pétalas de um dente-de-leão se perdem ao sabor de uma corrente de ar um pouco mais forte, dando lugar à sensação de angustia e impotência, como "Sansão" sentiu mal lhe cortaram o cabelo. A falta de poder e os parcos argumentos que me atrevo esgrimir só servem para me mirrar mais, como se fosse um balão cheio de ar mas com um nó pouco vedante, que exige uma constante baforada para o manter na sua plena forma, no seu ponto ideal, aquele ponto em que atinge todo o esplendor e beleza que pode sonhar alcançar, mas no qual luta contra a derrota inevitável que será o seu murchar e voltar a ficar vazio. Para além deste triste fado, temos ainda outros balões, que por infeliz acaso do destino, nasceram com uma maior superfície de borracha, e uma cor mais atraente, a quem parecem dar nós bem dados, permanecendo, num período de tempo que parece eterno, no fulgor da sua existência, relegando para segundo plano todos os outros. Podemos sempre invocar a determinação e coragem de "David", desafiando os gigantes ao tentar voar mais alto que estes. Uns conseguem... outros não. No fim todos murchamos e voltamos ao que éramos, mas não na sua forma original, pois as marcas daquilo que entretanto atingimos permanecem, para nos assombrar.